Dia 17 de Novembro de 2009, foi o dia em que fazia exactamente as 40 semanas de gravidez. Em conversa anterior com o médico, ficou combinado estar no hospital mesmo antes das 8 horas da manha, hora em que ele entrava de banco e estaria lá durante todo o dia até as 21horas. Foi-me logo preparando que a indução do parto nem sempre é rápida e que podia lá passar o dia e a coisa não se desenrolar, assim sendo quanto mais cedo lá estivesse melhor. Deixou-me um pouco apreensiva, pois gostava de ter alguém da minha confiança (alem do Miguel, claro) comigo naquele momento.
Começou logo por me observar, fazer o famoso toque e num instante estava preparada para ir para a sala de indução. Só deu tempo de entregar as minhas coisas ao Miguel e fui logo chamada. Na sala de indução ligaram-me ao CTG e eis que o Drº chegou preparado para iniciar o processo. Até aqui tudo normal. Retirar-me as fitas do CTG, ele introduziu os comprimidos e disse-me que só restava aguardar. Deu as indicações à enfermeira e saiu. A enfermeira voltou a por as tiras do CTG e aqui começou a preocupação, pois não conseguia encontrar os batimentos cardíacos do Martim. Imediatamente chamaram o Drº, vinha acompanhado de três médicos da equipa dele. Deu ordens para colocar oxigénio, que respirasse bem fundo, para que o oxigénio chegasse ao Martim. A verdade é que ele estava demasiado tranquilo, apenas olhava para o monitor. Eu não sei bem o que senti, na altura pareceu-me que não fiquei assustada, mas depois é que cai em mim. A Drª Anabela (a quem também tenho a agradecer, não só neste momento, mas também em outros menos felizes), começou a massajar a minha barriga e a falar com o Martim e eu continuava a respirar bem fundo. Ela apenas tentava que ele mudasse de posição, pois na opinião deles a causa estava em mim e não no bebe. E assim foi, a Drª ganhou um amigo para a vida. O Martim, moveu-se e o seu coraçãozito começou novamente a ouvir-se:))))) Explicaram-me depois que possivelmente não gostou da indução e eu também não tinha facilitado com a ansiedade. A partir daquele momento, como devem de imaginar, já não consegui sossegar, passei o tempo a olhar para o monitor para ver como estavam as batidas. Não me interessei pelas contracções. Chamaram o Miguel, pois agora seria só aguardar e ficaria também mais calma com a sua companhia. Com isto tudo já era quase 12 horas.
Durante a tarde pouco ou nada se terá desenvolvido. Não sei bem que horas seriam,o Drº veio fazer-me mais um toque (posso dize-lo sem qualquer dúvida), foi pior que ter o Martim, custou-me horrores, gritei tanto agarrada ao Miguel que ele próprio ficou assustado e o Drº pediu-me desculpa, mas que tinha que ser...desculpas o caraças.
Por volta das 16h30m voltei a ser induzida, desta vez tanto eu como o Martim, portamo-nos bem em todos os sentidos, a dilatação começou a aumentar e as contracções também e as 19h30m, estava pronta para levar a epidural. As dores pelas quais passei, não posso dizer que tenham sido insuportáveis, pois como sempre senti imensas dores menstruais aquelas não foram muito mais longe que isso, mas a epidural veio aliviar e muito. A enfermeira-parteira achava que eu estava tão atrasada que se ia embora as 23h, sem conhecer o meu bebe. Por volta das 21horas comecei a dizer que estava já a sentir novas moinhas, o efeito da epidural já estava a quer passar, o que acharam um pouco estranho, mas lá me puseram um pouco de analgésico no soro, pois ainda não estava na altura de novo reforço. Neste momento estava com cinco dedos de dilatação e a parteira achou por bem rebentar as águas. E assim deu-se o desenrolar da situação em menos nada. Quando comecei a dizer que já estava com vontade de fazer força, ela achou que não podia ser. Foi ver e em menos nada tinha passado de cinco para nove dedos de dilatação:))) Começaram logo a preparar tudo e mandaram chamar o Drº Victor (que eu pensava que se tinha ido embora). O Drº chegou pronto para fazer o parto:))) não foi difícil, fiz força uma vez e claro para facilitar ele fez um corte:(( depois mais duas vezes e o Martim acabava de nascer...eram 22h37m. Não chorou, teve que ser tudo muito rápido, não tinha movimentos respiratórios, mas não tinha sequer passado um minuto, quando o ouvimos chorar na sala ao lado, tudo está bem, quando acaba bem. Não consigo descrever o que senti, quando o puseram junto de mim, quando o Miguel pegou nele, são sentimentos que não se conseguem descrever em palavras, mas que para nós foram os melhores do Mundo...Afinal de contas tínhamos finalmente conseguido o que sempre desejamos.
Beijos
Sofia
